Cancro da Mama – Causas, Sintomas e Prevenção

À semelhança do que se passa um pouco por todo o mundo o cancro da mama continua a crescer em Angola. Sem sintomas numa fase inicial, o cancro da mama é a primeira causa de morte registada no Centro Nacional de Oncologia.

Estudos realizados pela Fundação Mulher apontam para essa tendência, apesar de não arriscarem números. A organização feminina aposta na divulgação, a qual visa incentivar o rastreio precoce de mulheres em idade de risco.

Quaisquer dados estatísticos, segundo Marta dos Santos, membro da Fundação Mulher, não traduziria os reais números de casos de cancro da mama no país, até porque a maioria das mulheres incluída no grupo de risco não se sujeitou a qualquer rastreio, verificando-se, inversamente, que apenas procuram cuidados médicos quando a doença já atingiu um estágio avançado.

O cancro da mama um problema de saúde pública, em Angola e no mundo, pela alta incidência que tem apresentado nos últimos anos. Estima-se que 508 mil pessoas morrem todos os anos devido a esta doença.

Não há nenhuma causa específica para a existência do Cancro da Mama, mas existem diversos factores que aumentam a probabilidade de se ter este tipo de Cancro, tais como:

Historial Familiar de Doenças
Existe um maior risco de ser afectado pela doença quando a mulher, possui familiares, tanto do lado materno como do paterno, que já tenham tido Cancro da Mama. Todavia, deve-se salientar que em apenas 25% das mulheres que possuem o Cancro da Mama, verificou-se a existência desta doença nos seus familiares.

Envelhecimento
São raros os casos de Cancro da Mama em mulheres com menos de trinta anos. Mulheres com mais de 60 anos de idade correm um risco maior, isto significa que este Cancro é menos comum antes da menopausa.

Exposição aos Agentes Cancerígenos
Alguns elementos cancerígenos aos quais costumamos estar expostos são, por exemplo, o fumo dos cigarros e dos transportes ou mesmo dos grelhados, alguns aditivos, o queimado dos alimentos, radiações dos exames médicos, do sol ou de centrais nucleares, o álcool e também substâncias existentes em tintas e vernizes.

História Pessoal
Existe um maior risco de contrair esta doença quando a mulher já foi afectada pela mesma, sendo que, na segunda vez, ela afecta o outro seio.

Alterações da Mama
Quando vistas ao microscópio, certas mulheres possuem no tecido mamário, determinados conjuntos de células anormais e verificado isso, o risco de contracção do cancro é maior.
Historial menstrual
A possibilidade de sofrer com esta doença, aumenta quando uma mulher tem a primeira menstruação antes dos 12 anos de idade e a menopausa depois dos 55 anos.

Terapêutica Hormonal de Substituição
Algumas mulheres, durante a menopausa, tomam algumas hormonas e muitas vezes, continuam com este processo até cinco anos após a menopausa. Isto aumenta a probabilidade de se desenvolver Cancro da Mama.

Radioterapia no Peito
As mulheres afectadas pelo Linfoma de Hodgkin, por norma são tratadas através de radioterapia no peito. Quanto mais nova é a mulher, na altura deste tratamento, maior é o risco de esta vir a contrair o Cancro da Mama. Isto não se aplica apenas a quem tenha este Linfoma mas a qualquer outra mulher que tenha feito radioterapia, sendo que a idade na altura do tratamento continua a implicar na probabilidade de ter Cancro.

Densidade da Mama
Quando se faz um Raio-X da mama, costuma ser verificado o tipo de tecido que a mulher possui. No caso das mulheres mais adultas, se este for mais denso, em vez de gordo, é sinal que apresenta maiores probabilidades de ter Cancro da Mama.

Obesidade
Este é um factor que está relacionado com uma quantidade demasiada de gordura corporal. Sabendo isto, devemos lembrar-nos de que o corpo produz estrogénios no tecido gordo, sendo assim, as mulheres mais obesas apresentam níveis mais elevados destas hormonas e, consequentemente, um maior risco de ter Cancro. Alguns estudos indicam que aumentar de peso, após a menopausa, pode também ser motivo de um maior risco.

Inactividade Física
Este ponto esta de certo modo relacionado com a obesidade, pois a prática de exercício físico impede que haja aumento de peso, prevenindo a obesidade. Ser fisicamente activa é e sempre foi uma das melhores formas de prevenir qualquer doença.

Álcool
Foi estudado que a ingestão de bebidas alcoólicas é directamente proporcional ao risco de ter Cancro. Ou seja, quanto maior se ingerem as bebidas alcoólicas, mais risco corremos.

Não é conhecida uma causa específica para o cancro da mama. Sabe-se que o mesmo não resulta de uma pancada ou choque mais violento. O cancro da mama não é contagioso.

Ainda assim a investigação tem permitido identificar alguns factores de risco para o cancro da mama:

  • Idade: mulheres com mais de 60 anos apresentam maior risco (após a menopausa).
  • História Pessoal: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta doença na outra mama.
  • História Familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama.
  • Alterações da Mama células mamárias “anormais”, quando vistas ao microscópio, aumentam o risco de cancro da mama.
  • Alterações Genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama.
  • Radioterapia no Peito mulheres que tenham feito radioterapia ao peito, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama.
  • Primeira Gravidez após os 31 anos
  • História Menstrual Longa: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade), apresentam um risco aumentado.
  • Terapêutica Hormonal de Substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.
  • Densidade da Mama: mulheres mais velhas que apresentem tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.
  • Obesidade Após Menopausa: mulheres obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama.
  • Inatividade Física: ser fisicamente activa pode ajudar a diminuir o risco de cancro da mama, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.
  • Raça: o cancro da mama é mais frequente em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
É extremamente necessário conhecer-se os primeiros sintomas do Cancro da Mama para que se possa iniciar o tratamento o quanto antes e de modo a evitar que a mesma se prolongue e cause maiores danos. Normalmente, qualquer alteração que se dá nos seios deve-se logo consultar um médico, por isso fique atenta a:

  • Alteração do tamanho ou forma da mama
  • Dor na mama
  • Qualquer alteração da mama ou do mamilo, quer no aspecto quer na palpação
  • Espessamento na mama ou nódulo na mama ou na zona da axila
  • Sensibilidade no mamilo
  • Retracção do mamilo (mamilo virado para dentro da mama)
  • Pele da mama, aréola ou mamilo com aspecto escamoso, vermelho, inchado ou ainda tipo “casca de laranja”
  • Secreção ou perda de líquído pelo mamilo
Se tiver uma alteração na mama, o seu médico deverá determinar qual a sua causa, pode não ser cancro. Neste caso, deverá fazer um exame físico. O seu médico irá fazer perguntas relacionadas com a história clínica e familiar. Se tiver realizado alguma mamografia ou outro exame imunológico, com imagens dos tecidos internos da mama, deverá levá-los e mostrar ao seu médico. Depois de avaliar estes exames, o seu médico poderá decidir que não são necessários quaisquer exames adicionais, nem mesmo tratamento. No entanto, pode precisar de fazer uma biopsia, para verificar se na zona suspeita existem células cancerígenas.
Os actuais tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas. Por norma, o factor mais importante, na escolha do tratamento, é o estado da doença.

É comum o recurso a mais do que um tipo de tratamento. Adicionalmente, em qualquer estado da doença podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

O tratamento para o cancro pode ainda ser local ou sistémico:

  • Tratamento local: a cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais: removem ou “destroem” as células do cancro na mama. No caso de o cancro da mama apresentar metástases para outras partes do corpo, a terapêutica local pode ser usada apenas para controlar a doença, nessa área específica e não nas demais áreas.
  • Tratamento sistémico: Estes tratamentos “entram” na corrente sanguínea e “destroem” ou controlam o cancro, em todo o corpo. É o caso da quimioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas.  Os tratamentos sistémicos são normalmente usados no cancro metastizado. Podem também ser usados para diminuir o tamanho do tumor, antes da cirurgia ou da radioterapia, para que a intervenção seja menos extensa – tratamento neo-adjuvante.  A terapêutica sistémica pode ainda ser indicada após a cirurgia e/ou radioterapia, para prevenir que eventuais células cancerígenas que tenham permanecido sejam responsáveis pelo retorno do cancro.

CIRURGIA

No cancro da mama, a cirurgia é o tratamento mais comum. Existem vários tipos de cirurgia, com benefícios e riscos distintos. A opção deverá sempre ter em conta o impacto físico, considerando o estago geral da saúde da mulher.

  • Cirurgia conservadora: nesta cirurgia, é removido o cancro, e não a mama toda. Depois de uma cirurgia conservadora, a maioria das mulheres faz radioterapia, na mama operada, para destruir qualquer célula cancerígena que possa, ainda, ter ficado, depois da cirurgia.
  • Mastectomia: nesta cirurgia, é removida toda a mama podendo ainda ser removidos os gânglios linfáticos axilares. Depois da cirurgia, pode fazer radioterapia.

Na hipóteses de optar por fazer a reconstrução da mama, deverá falar com um cirurgião plástico, antes da mastectomia.

RADIOTERAPIA

A radioterapia, ou terapêutica por radiações, consiste na utilização de raios altamente energéticos para matar as células cancerígenas. Faz-se, geralmente, depois de uma cirurgia conservadora da mama. Por vezes, dependendo da dimensão do tumor e de outros factores, a radioterapia pode também ser usada depois da mastectomia. A radiação destrói as células do cancro da mama que possam ainda ter ficado, depois da cirurgia.

Algumas mulheres fazem radioterapia antes da cirurgia, para destruir células cancerígenas e diminuir o tamanho do tumor, ou seja, em contexto “neo-adjuvante”; esta situação é mais utilizada quando o tumor é grande ou a sua remoção por cirurgia não é fácil. Nestes casos, podem fazer apenas radioterapia (monoterapia), ou podem fazer radioterapia com quimioterapia ou terapêutica hormonal.

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos para matar as células cancerígenas.

A quimioterapia para o cancro da mama é constituída, geralmente, por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo – terapêutica sistémica.

A maioria das pessoas com cancro da mama fazem quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, verificam-se excepções.

Embora existam riscos que não estão ao seu alcance modificar (como ter história familiar de cancro da mama), a ciência tem vindo a demonstrar, através de estudos publicados, que existem mudanças ao nível do estilo de vida que permitem reduzir o risco de vir a ter esta doença.

Não consuma bebidas alcoólicas: As pesquisas têm comprovado que a ingestão de bebidas alcoólicas (de qualquer tipo) aumentam o risco de cancro da mama. Quando comparadas com mulheres que não consomem bebidas alcoólicas, as mulheres que bebem três bebidas alcoólicas por semana têm um risco de cancro da mama 15% mais elevado.

Mantenha um peso adequado: O excesso de peso e a obesidade aumentam o risco de cancro da mama, especialmente se a mulher se tornar obesa depois da menopausa.

Amamentar: A amamentação parece ter um papel benéfico na prevenção do cancro da mama. Quanto mais tempo amamentar, maior será o efeito protetor.

Não fume: Dados sugerem que existe uma associação entre fumar e cancro da mama, especialmente nas mulheres em pré-menopausa.

Pratique exercício físico:  Ser ativo fisicamente vai ajudá-la a manter o peso ideal. Os adultos devem fazer, no mínimo, 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos semanais de atividade física vigorosa. Procure que os 150 minutos sejam repartidos ao longo da semana.

Alimentação equilibrada: Uma dieta pobre em gorduras parece oferecer uma ligeira proteção em relação ao cancro da mama. Não existe uma consistência, em termos de estudos científicos, que demonstre que uma dieta rica em fruta e vegetais proteja contra o cancro da mama. No entanto, é já conhecido que uma alimentação equilibrada e diversificada é um fator chave para manter um peso adequado e tem um efeito protetor em relação a vários tipos de cancro, doenças cardiovasculares e diabetes.

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2017-08-09T18:30:44+00:00Maio 9, 2016|Câncer, Doenças, Info|