O cancro de ovário é que se caracteriza pelo desenvolvimento de um tecido doente nos ovários. As mulheres têm dois ovários, um de cada lado do útero, sendo suas funções a produção de óvulos e dos hormónios sexuais femininos estrógenio e progesterona. Este tipo de cancro pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente mulheres acima de 50 anos.
O cancro de ovário tem um diagnóstico precoce dificultado devido ao fato de que as suas manifestações clínicas tornam-se aparentes nos estágios mais avançados da doença, quando já ocorreu disseminação da doença pela pelve ou abdómen superior ou mesmo para outros órgãos.
Tipos:
O tipo de célula em que o cancro começa determina o tipo de cancro de ovário. Confira:
- Tumores epiteliais: Que começam na fina camada de tecido que cobre o lado de fora dos ovários. Cerca de 90% dos casos são tumores epiteliais
- Tumores do estroma: Que começam no tecido ovariano que contém células produtoras de hormónios. Estes tumores são geralmente diagnosticados em um estágio mais inicial do que outros tumores ovarianos. Cerca de 7% dos tumores ovarianos são do tipo estromal
- Tumores de células germinativas: Que começam nas células produtoras de óvulos. Esse tipo é raro, e tende a ocorrer em mulheres mais jovens.
CAUSAS
O cancro de ovário não tem causa completamente esclarecida. Sabe-se que se inicia a partir de mutações genéticas que alteram as características das células, tornando-as alteradas em sua capacidade de multiplicarem-se rapidamente, invadirem os tecidos vizinhos, obterem irrigação dos vasos sanguíneos vizinhos e de disseminar-se formando aglomerados celulares denominados tumores no local onde se iniciou ou formando tumores distantes do inicial chamados de metástases.
FACTORES DE RISCO
Os principais fatores de risco para o câncer de ovário incluem:
- Histórico familiar da doença: Ter uma mãe, irmã ou filha que teve câncer de ovário aumentará o risco. E se dois parentes próximos com cancro, o risco será mais elevado.
- Herança genética: o cancro pode ser causado por uma alteração genética que é passada de mãe para filha. Essas alterações ocorrem principalmente no genes BRCA 1 e BRCA 2
- Ausência de histórico de gravidez
- Início dos ciclos menstruais antes dos 12 anos
- Menopausa após os 50 anos
- Uso de terapia hormonal para tratar os sintomas da menopausa
- Tratamentos para fertilidade
- Tabagismo
- Uso de dispositivo intrauterino (DIU)
- Síndrome dos ovários policísticos.
SINTOMAS
Raramente a doença causará sintomas em seu estágio inicial. No entanto, em alguns casos, eles podem aparecer. Veja:
- Aumento do volume do abdómen
- Dor abdominal ou na pelve
- Dificuldade para comer ou rápida sensação de plenitude
- Distúrbios urinários, tais como a necessidade urgente de urinar ou urinar mais frequentemente do que o habitual.
- Fadiga
- Indigestão
- Dor nas costas
- Dor durante o sexo
- Prisão de ventre
- Alterações do ciclo menstrual.
Mas estes sintomas também não indicam necessariamente a presença do tumor.
DIAGNÓSTICO
Provavelmente, consulta ginecológica começará com um exame pélvico:
- A parte externa de seus órgãos genitais é cuidadosamente inspecionada
- O exame pélvico se continua pela introdução de dois dedos para pelo canal vaginal e, simultaneamente, pressiona a outra mão em seu abdômen para buscar sentir o útero e ovários
- Um dispositivo (espéculo) é inserido na vagina, de modo que seja possível verificar visualmente a anomalias.
TRATAMENTO
A escolha do tratamento e os resultados a longo prazo para paciente com câncer de ovário dependem do tipo e estágio do cancro. Sua idade, saúde geral, qualidade de vida e desejo de ter filhos também devem ser considerados. As principais opções de tratamento são:
Cirurgia
A cirurgia é o principal tratamento. Entre as opções de cirurgia estão:
- Histerectomia total: remove o útero e do colo do útero
- Salpingo-ooforectomia unilateral: remove um ovário e uma trompa de Falópio
- Salpingo-ooforectomia bilateral: remove os ovários e as duas trompas de falópio.
A busca por gestações após cancro de ovário diagnosticado em estágio inicial deve ser discutida com seu médico, já que a orientação varia caso a caso.
Buscar oncologistas ginecológicos experientes irá ajudá-la a obter o melhor tratamento possível e viver mais tempo. Os efeitos colaterais da sua cirurgia podem incluir problemas urinários ou intestinais, como obstipação ou diarreia. Sua capacidade de ter ou desfrutar de relações sexuais também pode ser afetada. Se os ovários são removidos, você pode ter os sintomas da menopausa.
Quimioterapia
A quimioterapia é utilizada para diminuir o crescimento do tumor ou destruí-lo em muitos casos. A quimioterapia é recomendada para a maioria dos casos após a cirurgia inicial. Mas às vezes a quimioterapia é dada para reduzir o cancro antes da cirurgia. O número de ciclos de tratamento vai depender da fase da sua doença.
Medicamentos de quimioterapia para o cancro de ovário podem ser tomado por via oral, intravenosa (IV) ou através de um tubo introduzido no abdómen por onde será administrada a quimioterapia diretamente no peritónio. Às vezes, os tratamentos podem ser combinados.
PREVENÇÃO
Não há nenhuma maneira de prevenir o cancro de ovário. Mas alguns fatores estão associados com menor risco:
- Uso de contraceptivos orais
- Gravidez anterior
- Amamentação.
Além disso, se houver histórico familiar de cancro de ovário, sugere-se o exame genético de BRCA 1 e de BRCA 2. Nesse exame genético, será verificado se há mutações que possam aumentar o risco de cancro. Em caso positivo, o oncologista discutirá com o paciente sobre medidas preventivas para que esse cancro e o cancro de mama não se desenvolvam. Entre essas medidas encontramos:
- Combate ou prevenção à obesidade, já que o processo inflamatório da doença está ligado a diversos tipos de câncer
- Atividades físicas, que também reduzem o risco de diversos tipos de cancro
- Redução alimentos com corantes, espessantes, conservantes e outros aditivos, além de reduzir os defumados
- Abandono do cigarro (se a pessoa tiver esse hábito)
- Redução da ingestão de álcool.
Além disso, existe a opção da retirada preventiva dos ovários, uma cirurgia chamada de ooforectomia preventiva, contudo ela é muito controversa no meio da medicina, já que a possibilidade de desenvolvimento do cancro em que apresenta o BRCA1 ou 2 positivo não é de 100%. Outro ponto é que essa cirurgia, por afetar diretamente a fertilidade da mulher e a produção de seus hormónios, logo precisa ser muito bem pensada e conversada com o seu médico.