Cancro do Esófago: Causas, Sintomas, Prevenção

O esófago é um órgão do sistema digestivo que fica localizado entre a faringe e o estômago e que se estende por 25 centímetros. Trata-se de um tubo muscular essencial para o processo de digestão, responsável por conduzir o alimento da boca até ao estômago. O cancro do esófago é uma doença na qual células malignas começam a se desenvolver no revestimento interno do órgão.

Tipos:

Carcinoma epidermoide escamoso: O tipo mais comum de todos, responsável por quase a totalidade dos casos de cancro do esófago, desenvolve-se na região superior ou média do músculo e tem, como o próprio nome diz, origem nas células escamosas. As suas causas mais frequentes estão relacionadas ao consumo exacerbado de álcool e ao tabagismo.

Adenocarcinoma: Este, que é o segundo tipo mais comum, surge de células glandulares geralmente da parte inferior do esófago, e está relacionado à doença do refluxo gastroesofágico, à obesidade e também ao tabagismo.

 

 

CAUSAS

As causas exatas do cancro do esófago ainda não estão totalmente esclarecidas, mas sabe-se que a doença ocorre quando as células do esófago desenvolvem mutações no ADN. As células que sofrem este processo determinam o tipo de cancro que o paciente tem. Essas mutações fazem com que as células cresçam e se dividam a um ritmo acelerado e descontrolado. As que se acumulam formam um tumor no esófago que pode se disseminar para outros órgãos e outras partes do corpo.

 

 

FATORES DE RISCO

Acredita-se que a irritação crónica do esófago pode contribuir para as mudanças no ADN das células que revestem o órgão, levando ao cancro. Fatores que causam essa irritação e que, portanto, aumentam o risco de cancro de esófago incluem:

  • Ingestão exacerbada de bebidas alcoólicas
  • Refluxo biliar
  • Acalasia
  • Ingestão de líquidos muito quentes
  • Adotar uma dieta pobre em frutas e verduras
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
  • Obesidade
  • Radiação na região do peito ou do abdómen superior
  • Tabagismo
  • Tilose
  • Síndrome de Plummer-Vinson.

 

 

SINTOMAS

Na sua fase inicial, o cancro do esófago não apresenta quaisquer sinais ou sintomas. No entanto, com o progresso da doença, alguns sintomas característicos deste tipo de cancro começam a aparecer, tais como:

  • Dificuldade ou dor ao engolir
  • Dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito)
  • Dor torácica
  • Sensação de obstrução à passagem do alimento
  • Náuseas e vómito
  • Perda de apetite.

Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir, também chamada de disfagia, é um sinal de que o cancro já se encontra em estado avançado. Por causa dos sintomas, é comum que pacientes com cancro de esófago percam muito peso. Casos extremos podem chegar a até 10% do peso corporal perdido.

 

 

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do cancro do esófago é feito principalmente por endoscopia digestiva, que é um exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo. O médico também pode optar por estudos citológicos (das células) e por métodos com colorações especiais para realizar o diagnóstico. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura atingem 98%. Na presença de disfagia para alimentos sólidos, o que provavelmente significa que a doença encontra-se em estado mais avançado, é recomendado um estudo radiológico contrastado e também uma endoscopia com biópsia ou citologia para confirmação.

O diagnóstico também ajudará o médico a determinar em qual o estágio se encontra o cancro do paciente. Para isso, é necessário seguir alguns critérios específicos com a extensão do tumor, ou seja, até onde as células cancerosas já se disseminaram. Conhecer o estágio exato do cancro ajuda a determinar, entre outros detalhes, as opções de tratamento mais eficazes.

Para saber o estágio do tumor, são feitos alguns exames específicos, como uma tomografia computadorizada e uma tomografia por emissão de pósitrons. Os estágios do cancro de esófago são:

Estágio I

O cancro ocorre nas camadas superficiais das células que revestem o esófago.

Estágio II

O cancro já invadiu camadas mais profundas da mucosa do esófago e pode se espalhar para os nódulos linfáticos próximos.

Estágio III

O cancro espalhou-se para as camadas mais profundas da parede do esófago, para os tecidos próximos ou, ainda, para os gânglios linfáticos.

Estágio IV

O cancro espalhou-se para outras partes do corpo.

TRATAMENTO

O tratamento do cancro do esófago pode ser feito em três abordagens distintas ou combinadas:

  • Cirurgia
  • Radioterapia
  • Quimioterapia

Geralmente, uma combinação dos três tipos pode ser mais eficiente do que qualquer um deles isoladamente, mas o médico avaliará qual a melhor opção para o seu caso.

Para tumores em estágios iniciais, a ressecção endoscópica ainda pode ser um procedimento viável. Trata-se de uma intervenção em que o tumor é retirado por meio da boca, sem necessidade de cortes. No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro para pacientes com cancro do esófago.

Na maioria dos casos, a opção mais indicada é a cirurgia, que pode focar tanto na retirada do tumor quanto na retirada de uma parte do esófago, recomendada quando o tumor já se espalhou para estruturas vizinhas e gânglios linfáticos.

Há casos ainda em que há necessidade cirúrgica de se retirar tanto uma parte do esófago quanto uma pequena parte da porção superior do estômago.

 

PREVENÇÃO

É possível pode tomar algumas medidas para reduzir o risco de cancro do esófago. Confira:

  • Pare de fumar
  • Ingira bebidas alcóolicas com moderação
  • Adote uma dieta com mais frutas e legumes
  • Mantenha um peso saudável

 

tabagismo-fumar

2018-03-20T12:52:06+00:00Março 21, 2018|Câncer, Doenças|