Malária – Causas, Sintomas e Prevenção

Há quatro espécies de malária e todas elas são transmitidas pela picada do mosquito fêmea anopheles, sendo que época húmida, do cacimbo, está associada a um aumento da transmissão, que acontece principalmente durante a noite, quando os mosquitos picam as pessoas. Os mosquitos infectados transmitem o parasita que provoca a malária às pessoas. Mas estes por sua vez também são infectados depois de picarem uma pessoa com malária, espalhando assim a doença.

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CAUSAS

Esta infecção é, essencialmente, causada pela picada de um mosquito fêmea chamado “anófeles” que esteja infetado. O ciclo da malária principia quando um mosquito, que aspirou sangue contaminado por parasitas, pica uma pessoa, injectando-lhe esses mesmos parasitas através da sua saliva.

Uma vez no organismo do individuo, estes parasitas alojam-se no fígado e aí vão multiplicar-se e amadurecer durante um período que pode variar entre os sete dias e as quatro semanas. Nesse momento, os parasitas estão prontos para invadir os glóbulos vermelhos e voltar a multiplicar-se até que os façam “rebentar”.

Além desta forma de contágio, que é a mais comum sobretudo em países tropicais, esta doença pode igualmente ser transmitida através do sangue de uma pessoa infetada, por exemplo numa transfusão de sangue ou em partilha de seringas.

FACTORES DE RISCO

Mapa de Risco da Malária, Treated.com

É principalmente no Norte de Angola que se observa a maior incidência de casos de malária. Isto deve-se ao clima, mais propício ao aparecimento dos insectos responsáveis pela transmissão. Na zona Sul esta doença é mais sazonal. A maior parte da população angolana vive precisamente no Norte de Angola, em cidades como Luanda.

A malária é uma preocupação de saúde global, mas também é altamente preocupante para a saúde materna, pois é responsável por cerca de 25% da mortalidade maternal total. Ou seja, 25% das grávidas morrem devido à malária, o que é um número muito elevado.

Já em 2009, há cinco anos, a Unicef, a Organização Mundial de Saúde e o Centro Médico Naval de Portsmouth, nos Estados Unidos, bem como outras organizações, juntaram-se para tentar reduzir a incidência da doença em Angola. Um ano antes, em 2008, o presidente americano Obama anunciou as Iniciativas Globais de Saúde, sendo uma destas iniciativas o Plano Operacional da Malária. Este programa, o USAID, dedica fundos destinados a melhorar a saúde em Angola e noutros países africanos atingidos. Especificamente em Angola, este plano foi implementado para reduzir o número de mulheres infectadas e melhorar a saúde materna.

Angola foi dos primeiros países a receber ajuda para dominar esta doença e a ter programas para reduzir o risco, aumentando por sua vez o número de gravidezes saudáveis.

Em 2011, um comunicado conjunto do Governo de Angola, da Unicef e da Organização Mundial de Saúde revelou que a malária tinha provocado a morte de sete mil pessoas apenas nesse ano. Os indicadores em Angola revelaram mais de 3,5 milhões de casos suspeitos, sendo que 45% destes foram positivos para a doença, ou seja, mais de um milhão e meio de pessoas infectadas. Das sete mil mortes contabilizadas, 57% foram de crianças com menos de cinco anos de idade, portanto, 4 mil crianças mortas.

Apesar de a malária ser uma doença tratável e que pode ser prevenida, a verdade é que continua a ser extremamente mortífera, matando uma criança a cada 60 segundos em todo o mundo. Por ano, mundialmente, morrem cerca de 600 mil pessoas e em 2012 a Organização Mundial de Saúde indicou 219 milhões de casos de malária no mundo.

As zonas mais endémicas de Angola, com maior prevalência desta doença, são o Uige, Cuanza-Norte, Malanje, Lunda Norte e Lunda Sul, logo seguidas pela restante zona Norte: Luanda, Zaire, Bengo, Cuanza-Sul, Benguela, Huambo, Bié e Moxico. As áreas menos epidémicas mas ainda assim instáveis são as de Namibe, Huíla, Cunene e Kuando Kubango.

Os maiores grupos de risco são as crianças com menos de cinco anos, as mulheres grávidas e a população rural, com pouco ou nulo acesso a saneamento, água potável e latrinas.

SINTOMAS

Os sintomas da malária podem ter início entre oito a 17 dias depois da picada do mosquito, mas há casos em que demoram meses a manifestar-se. Surgem por surtos, ou seja, pode haver alguns dos sintomas em determinada altura do dia e depois a pessoa volta a sentir-se bem, podendo só voltar a ter novos sintomas dois ou três dias depois. Estes surtos começam de repente, com arrepios e tremores, suor e febre.

Os sintomas seguem sempre um padrão semelhante de calafrios e tremores e podem ser acompanhados de dores de cabeça e mau estar, durando estes surtos entre uma e oito horas. Estes sintomas, dependendo do tipo de malária, que pode ser maligna ou não, os sintomas podem regressar a cada 2, 3 ou 4 dias.

As complicações da malária podem provocar a morte e o tratamento deve ser feito sempre com internamento no hospital. Aos primeiro sintomas deve-se procurar um hospital.

Os primeiros sintomas da malária são:

  • Febre e calafrios
  • Dores no corpo: dores de cabeça, abdominais e musculares
  • Fraqueza
  • Mau estar geral
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Tremores fortes, que podem durar de 15 minutos a uma hora

Os sintomas de malária grave e complicada são:

  • Febre acima dos 41 graus
  • Alteração da consciência e delírios
  • Convulsões
  • Diminuição da Urina
  • Dificuldade em respirar
  • Hemorragias
  • Anemia forte
  • Icterícia (a pele fica amarelada)
  • Queda da pressão arterial
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Sintomas Malária, Globo.com

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico precoce da malária é essencial para o seu tratamento. Esse diagnóstico é feito a partir do sangue pelo microscópio ou por testes laboratoriais muito rápidos. Deve ser realizado sempre que existe suspeita de malária. Um diagnóstico correto e precoce não apenas permite um tratamento mais eficaz como reduz o aparecimento de resistências ao tratamento.

TRATAMENTO

O tratamento para a malária, em casos complicados e severos, é feito geralmente com quinino. Para os casos menos graves são usados os ACTs (Coartem ou Arsucam), uma sigla inglesa para o composto artemisinina, considerado o tratamento mais eficaz e disponível em Angola (mas que não está disponível ainda em quantidade suficiente em todos os países afectados). Os remédios que podem ser utilizados pelo seu médico são Artemeter e Lumefantrina ou Artesunato e Mefloquina. Bebés, crianças e grávidas podem ser tratadas com Quinina ou Clindamicina. Informe-se sobre medicamentos aqui ou visite as nossas farmácias.

Todas as pessoas com sintomas devem procurar um médico e não fazer o tratamento sozinhas. A malária tem uma incidência de morte muito elevada e precisa de acompanhamento e internamento no hospital. Se a malária simples não for tratada evolui para malária grave, com risco de provocar danos aos órgãos e mesmo a morte

PREVENÇÃO

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Aplicar anti-repelente nos braços

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Aplicar anti-repelente nas pernas

A malária é vulgarmente chamada “paludismo” em África e a melhor forma de a prevenir é mantendo uma boa higiene ambiental, sem focos de água parada/estagnada, e recorrendo a insecticidas e redes mosquiteiras impregnadas com insecticida, usar repelentes de insectos na pele e usar roupa de manga comprida (para cobrir os braços). As povoações devem manter boa drenagem das águas, para evitar poças e lagos, manter um bom saneamento e limpeza das margens onde possam desenvolver-se os mosquitos.

2017-07-16T20:53:38+00:00Maio 27, 2016|Doenças, Info, Malária|