Sabemos que há lesões mais frequentes no desporto que limitam a sua prática. Podem ser variadas e ocorrem em vários sítios e de formas diferentes, dependendo do tipo de modalidade praticada, prevenção por parte do desportista e condição física do mesmo.
QUAIS AS LESÕES MAIS FREQUENTES?
CONTUSÃO
Esta lesão é provocada por um impacto forte que normalmente causa uma lesão nos tecidos moles (músculos, tendões, ligamentos) ou nas articulações. Esta é uma lesão que se manifesta como uma equimose (sangramento que ocorre e penetra nos tecidos, ficando uma mancha roxa), a qual será acompanhada de dor e inchaço no local.
As contusões são uma forma de hemorragia interna ligeira. São causadas pela libertação de pequenas quantidades de sangue nos tecidos moles, especificamente no tecido conjuntivo (sob a pele) e nos músculos.
ESTIRAMENTO E ROTURAS MUSCULARES
O estiramento muscular é uma lesão frequente nos praticantes de corrida. Resulta de um alongamento excessivo das fibras musculares para lá da sua capacidade normal de trabalho, decorrente de ciclos intensos de contração e relaxamento do músculo envolvido. Estas lesões tanto podem atingir músculos como tendões e normalmente ocorrem na sequência de um esforço maior.
Os músculos posteriores da coxa, os músculos gémeos, a musculatura interna da coxa e o músculo anterior da coxa são os mais suscetíveis a esta lesão, também conhecida por distensão muscular.
Um correcto aquecimento é essencial porque estimula a produção de líquido sinovial pelas membranas sinoviais (película de revestimento articular). Este líquido tem o papel de lubrificar e alimentar a cartilagem articular. Um aquecimento de 10 minutos aumenta em 13% a produção deste líquido, portanto é fundamental que o realize.
TENDINITE
Uma tendinite é um processo inflamatório de um tendão e representa uma das lesões mais frequentes no desporto.
O tendão representa uma estrutura flexível através da qual o músculo se insere no osso, permitindo o movimento das articulações. Em casos em que o músculo e o tendão são muito solicitados, por exemplo em tarefas repetitivas, origina-se um processo inflamatório do tendão e da sua bainha originando dores, que na fase inicial são associadas à execução da tarefa.
As tendinites são das perturbações mais frequentes entre os desportistas profissionais, sendo que são mais frequentes no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo.
As tendinites resultam maioritariamente de um processo de sobrecarga, mas as ocorrências de microtraumatismos de repetição podem desencadear o processo.
ROTURA DE LIGAMENTOS
No que respeita a lesões mais frequentes no desporto, tem-se verificado que a crescente tendência para a prática desportiva aliada à complexidade dos diversos desportos tem provocado um aumento no número de lesões articulares do joelho. O ligamento cruzado anterior está entre os mais afetados e é uma das estruturas que, quando lesionada, mais difícil torna o retorno à prática desportiva.
A função dos ligamentos cruzados é assegurar um movimento normal entre as superfícies articulares do fémur e da tíbia.
O ligamento cruzado anterior impede a tíbia de deslizar para a frente do fémur e oferece estabilidade na rotação do joelho. As lesões do ligamento cruzado anterior são comuns e aproximadamente 70% destas lesões ocorrem durante a prática de desporto.
ENTORSE DO TORNOZELO
Estes ligamentos são estruturas elásticas que esticam até ao seu limite regressando à sua posição normal. Se um ligamento for forçado para lá da sua normal capacidade, ocorre uma entorse que, em casos graves, pode associar-se a uma rotura das fibras elásticas que o compõem.
As entorses do tornozelo são, provavelmente, a lesão mais comum no universo das alterações músculo-esqueléticas. Estima-se que 15-25% de todas as lesões músculo-esqueléticas sejam deste tipo.
Os ligamentos do tornozelo mantêm os ossos e articulação na sua posição, protegendo a articulação do tornozelo contra movimentos anormais, como as torções e rotações do pé.
LOMBALGIA
Este termo refere-se à presença de dor na região da coluna lombar. A lombalgia é, portanto, um sintoma e não uma doença, o que significa que pode traduzir a presença de diversas patologias.
A prevenção da lombalgia passa pelo controlo dos seus fatores de risco, como o esforço excessivo, a obesidade, a osteoporose e pelo diagnóstico e tratamento das doenças a ela associadas. Como medidas preventivas destacamos o facto de ser de extrema importância, sempre que seja necessário levantar um peso, fletir as pernas e manter a coluna direita, tendo também atenção à contração e fortalecimento da musculatura abdominal.
A prática de exercício ajuda a fortalecer os músculos da região lombar, e a manutenção de um postura correta no dia a dia é igualmente muito útil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que diminua a probabilidade de incidência das lesões referidas acima, é importante apostar num correto fortalecimento muscular, através da prática controlada de exercícios que visem o aumento de massa muscular.
É fulcral não esquecer a importância que um bom aquecimento tem na prevenção de lesões, devendo este ser feito durante 10 minutos em ergómetro (corrida ligeira, elíptica ou outro equipamento), ou mesmo saltando à corda. Após este, deverá ser feito um aquecimento mais específico, devendo ser feitas repetições com cargas baixas dos movimentos que se irão executar no treino.