O cancro da pele é o tipo de tumor mais incidente na população, cerca de 25% dos cancros do corpo humano são de pele. O cancro de pele é definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Qualquer célula que compõe a pele pode originar um cancro, logo existem diversos tipos de cancro de pele. Os cancros de pele podem ser divididos em cancro de pele não melanoma e cancro de pele melanoma. Fique a conhecer os vários tipos de cancro de pele:
Carcinoma Basocelular (Não melanoma): O carcinoma basocelular é o tipo de cancro de pele mais comum, constituindo cerca de 70% dos casos mas, felizmente, é o tipo menos agressivo. Este tipo de cancro tem este nome por ser um tumor constituído de células basais, comuns da pele. Essas células começam a se multiplicar de forma desordenada, dando origem ao tumor. O carcinoma basocelular apresenta um crescimento muito lento, que dificilmente invade outros tecidos e causa metástase. Este cancro é encontrado frequentemente nas partes do corpo que ficam mais expostas ao sol, como o rosto e o pescoço. O nariz é a localização mais frequente, com cerca de 70% dos casos, mas também pode ocorrer na orelha, canto interno do olho e outras partes do rosto. Quando o tumor é retirado precocemente, as chances de cura são altas.
Carcinoma Espinocelular (Não melanoma): O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de cancro de pele, sendo responsável por cerca de 20% dos tumores cutâneos não melanoma. Frequentemente, o carcinoma espinocelular cresce nas áreas mais expostas ao sol, como couro cabeludo e orelhas, sendo mais predominante em pacientes a partir da sexta ou sétima década de vida. O carcinoma espinocelular se forma a partir das células epiteliais e do tegumento (todas as camadas da pele e mucosa), ocorrendo em todas as etnias e com maior frequência no sexo masculino. A sua evolução é mais agressiva e pode atingir outros órgãos, caso não seja retirado com rapidez. Ele apresenta uma maior capacidade de metástase do que o carcinoma basocelular.
Melanoma: O cancro de pele melanoma é o tumor maligno originário dos melanócitos (células que produzem pigmento) e ocorre em partes como pele, olhos, orelhas, trato gastrointestinal, membranas mucosas e genitais. Um dos tumores mais perigosos, o melanoma tem a capacidade de invadir qualquer órgão, criando metástases, inclusive no cérebro e coração. Portanto, é um cancro letal, o melanoma cutâneo tem incidência bem inferior aos outros tipos de cancros de pele, mas a sua incidência está a aumentar no mundo inteiro. Há diversos tipos clínicos de melanoma, como o melanoma nodular, melanoma lentigioso acral, melanoma maligno disseminado e melanoma maligno lentigo.
CAUSAS
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o cancro de pele não está relacionada apenas à radiação solar. Outros fatores, como úlceras, processos inflamatórios crónicos na pele, exposição no trabalho ao arsénico, radioterapia e cicatrizes ou queimaduras na pele também podem contribuir para o desenvolvimento do cancro de pele. Ter um histórico familiar de melanoma também aumenta o risco de ocorrência do cancro de pele. Há também as pintas espalhadas pelo corpo, pois algumas são mais propensas a desenvolver a doença. Pessoas que já tiveram algum melanoma também têm maior risco de ter outro.
FACTORES DE RISCO
O cancro de pele tem como principais fatores de risco:
Exposição solar: Pessoas que se expuseram muito tempo ao sol ao longo da vida sem proteção adequada têm um risco aumentado para cancro de pele. Isso porque a exposição solar desprotegida agride a pele, causando alterações celulares que podem levar ao cancro de pele. Quantas mais queimaduras solares a pessoa sofreu durante a vida, maior é o risco do um cancro de pele.
Idade e sexo: O cancro de pele incide preferencialmente na idade adulta, a partir da quinta década de vida, uma vez que quanto mais avançada a idade maior é o tempo de exposição solar da pele. Também é um cancro que atinge homens com mais frequência do que mulheres.
Características da pele: Pessoas com a pele, cabelos e olhos claros têm mais chances de sofrer cancro de pele, assim como aquelas que têm albinismo ou sardas pelo corpo. Uma pele que sempre se queima e nunca bronzeia quando exposta ao sol também corre mais risco. Aqueles que têm muitos nevos (pintas) espalhados pelo o corpo também devem ficar atentos a qualquer mudança, como aparecimento de novas pintas ou alterações na cor e formato daquelas que já existem. Pessoas com pintas ou manchas de tamanhos grandes também devem ficar atentas.
Histórico familiar: O cancro de pele é mais comum em pessoas que têm antecedentes familiares da doença. Nesses casos, principalmente se associado a outros fatores de risco, o rastreamento com o dermatologista deve ser mais intenso.
Histórico pessoal: Pessoas que já tiveram um cancro de pele ou uma lesão pré-cancerosa anteriormente têm mais chances de sofrer com o tumor. Caso a pessoa já tenha sido tratada para um determinado tipo de cancro de pele e ele retorna, o processo é chamado de recidiva.
Imunidade enfraquecida: Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido têm um risco aumentado de cancro de pele. Isso inclui as pessoas que têm a leucemia ou linfoma, pacientes que tomam medicamentos que suprimem o sistema imunológico, ou então aqueles que foram submetidos a transplantes de órgãos.
SINTOMAS
O cancro de pele varia muito na aparência. Alguns podem mostrar várias alterações na pele, enquanto outros podem ter apenas uma ou duas características incomuns. Por isso, como regra geral, qualquer novo sinal na pele ou mudança em uma pinta/mancha que já existia deve servir de alerta para procurar um dermatologista. É importante procurar um médico sempre que notar uma nova lesão, ou quando uma lesão antiga tiver algum tipo de modificação. Existe uma regra didática para os pacientes, cujo objetivo é reconhecer um cancro de pele no seu estágio inicial:
- Assimetria: Imagine uma divisão no meio da pinta e verifique se os dois lados são iguais. Se apresentarem diferenças deve ser investigado
- Bordas irregulares: Verifique se a borda está irregular, serrilhada, não uniforme.
- Cor: Verificar se há várias cores misturadas em uma mesma pinta ou mancha.
- Diâmetro: Veja se a pinta ou mancha está a crescer progressivamente.
Fique a conhecer os diferentes sintomas para os diferentes tipos de cancro da pele:
Carcinoma basocelular
O carcinoma basocelular pode apresentar apenas uma aparência levemente diferente da pele normal, sendo mais comum no rosto, pescoço e outras partes que ficam muito expostas ao sol. Ele se parece com uma protuberância (nódulo) que:
- Tem aparência perolada, como se fosse recoberto de cera
- Pode ser branca, rosa claro, bege ou marrom
- Sangra com facilidade
- Se parece com uma ferida que não cicatriza
- Pode formar crosta e vazar algum líquido.
Carcinoma espinocelular
As localizações mais comuns para o aparecimento do carcinoma espinocelular são as áreas expostas ao sol, sendo que 70% dos casos ocorrem sobre a cabeça (couro cabeludo e orelhas), pescoço e dorso das mãos, e 15% desses tumores acometem os membros superiores. É comum na boca e pode ocorrer também nas membranas mucosas e genitais. Ele apresenta como uma mancha ou caroço (nódulo) que:
- Mostra sinais de dano solar na pele, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade
- Tem cor avermelhada
- Tem aparência mais endurecida, com descamação e crostas no local, podendo vazar algum líquido
- Tem crescimento rápido (em geral meses)Se parece com uma ferida que não cicatriza.
Melanoma
O melanoma pode ocorrer na pele, olhos, nas orelhas, no trato gastrointestinal, nas membranas mucosas e genitais. As áreas mais comuns são o dorso para os homens e os braços e pernas para as mulheres. Os primeiros sinais e sintomas de melanoma são frequentemente:
- Uma mudança em uma mancha ou pinta existente
- O desenvolvimento de uma nova mancha ou pinta bem pigmentada ou de aparência incomum em sua pele
- Outras mudanças suspeitas podem incluir coceira, comichão, sangramento e a não cicatrização da área.
DIAGNOSTICO
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica e um exame anátomo patológico do tecido suspeito, conhecido por biopsia, dermatoscopia e/ou microscopia confocal.
TRATAMENTO
O tratamento mais indicado para o cancro de pele é a cirurgia para retirada do tumor. Entretanto, algumas pessoas podem não ter indicação para cirurgia, no geral, idosos com alguma comodidade ou pessoas acamadas, que tem dificuldade de locomoção. Há outras situações em que a cirurgia somente pode não ser suficiente para a retirada total do tumor, ou que o comportamento deste possa pedir outras medidas. Nesses casos, o médico pode indicar outros tratamentos para erradicação do cancro de pele, que variam conforme o tipo.
PREVENÇÃO
Previna-se sempre da exposição do sol, mesmo nas horas onde a força do sol é mais fraco. Fique a conhecer como se prevenir:
Cuidado com a exposição solar: É extremamente importante evitar a exposição solar sem proteção adequada para prevenir o cancro de pele. Para isso, é necessário adotar uma série de hábitos:
- Usar filtro solar FPS no mínimo 30, diariamente. Reaplique-o pelo menos mais duas vezes durante o dia e espere pelo menos 30 minutos após a aplicação para se expor ao sol.
- Procure evitar os momentos de maior insolação do dia e fique na sombra o máximo tempo que puder. O sol emite vários tipos de radiação, sendo os tipos UVA e UVB os mais conhecidos. Os raios UVB são os mais prejudiciais, responsáveis por aquela pele avermelhada, que fica arder, e sua concentração é maior nos horários centrais do dia, quando o sol está mais forte. Já os raios UVA são aqueles que deixam a pele bronzeada e oferecem menos risco
- Além do protetor solar, use protetores físicos, como chapéus e óculos de sol.
Conheça sua pele: Examinar a sua pele periodicamente é uma maneira simples e fácil de detectar precocemente o cancro de pele. Com a ajuda de um espelho, o paciente pode enxergar áreas que raramente consegue visualizar. É importante observar se há manchas que coçam, descamam ou sangram e que não conseguem cicatrizar, além de perceber se há pintas que mudaram de tamanho, forma ou cor. O diagnóstico precoce é muito importante, já que a maioria dos casos detectados no início apresenta bons índices de cura.
Procure um dermatologista: É importante que as pessoas com fatores de risco sejam acompanhadas por um dermatologista. Em casos mais arriscados, a recomendação do médico pode ser a prevenção absoluta contra exposição solar. Nessas situações, pode ser que o especialista receite suplementação de vitamina D, para evitar a deficiência e conseguir manter o paciente o mais longe possível do sol. Para pacientes que já sofreram como cancro de pele e foram tratados, é ainda mais importante o acompanhamento de um dermatologista. Uma vez tratado, o paciente com cancro de pele não deve ser abandonado nunca. O dermatologista irá acompanhar o local de onde o cancro foi retirado, principalmente a pele no entorno, e cuidar para que o tumor tenha sido completamente removido e tratado.