Autismo: Causas, Sintomas e Prevenção

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social.

 

CAUSAS

As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa. Provavelmente, há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética é de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação.

De qualquer maneira, muitos genes parecem estar envolvidos nas causas do autismo. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a gravidade dos sintomas.

Quanto aos fatores externos que possam contribuir para o surgimento do transtorno estão a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, contaminação por mercúrio e sensibilidade a vacinas.

 

FACTORES DE RISCO

Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento do autismo. Confira:

Sexo: Meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas

Histórico familiar: Famílias que já tenham tido algum integrante com autismo correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho autista apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos

Outros transtornos: Crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos

Idade dos pais: Quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.

 

SINTOMAS

A maioria dos pais de crianças com autismo suspeita que algo está errado antes de a criança completar 18 meses de idade e busca ajuda antes que ela atinja 2 anos. As crianças com autismo normalmente têm dificuldade em:

  • Brincar de faz de conta
  • Interações sociais
  • Comunicação verbal e não verbal

Algumas crianças com autismo parecem normais antes de um ou dois anos, mas de repente “regridem” e perdem as habilidades linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente. Esse tipo de autismo é chamado de autismo regressivo. Uma pessoa com autismo pode:

  • Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis
  • Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina
  • Fazer movimentos corporais repetitivos
  • Demonstrar apego anormal aos objetos.

Os sintomas do autismo podem variar de moderados a graves. Os problemas de comunicação no autismo podem incluir:

  • Não poder iniciar ou manter uma conversa social
  • Comunicar-se com gestos em vez de palavras
  • Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
  • Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
  • Não se referir a si mesmo de forma correta
  • Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida)
  • Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
  • Usar rimas sem sentido

Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem sempre a criança apresentará todos eles. Entre os grupos de sintomas que podem afetar uma pessoa com autismo estão:

Interação social

  • Não faz amigos
  • Não participa de jogos interativos
  • É retraído
  • Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
  • Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
  • Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
  • Mostra falta de empatia

Resposta a informações sensoriais

  • Não se assusta com sons altos
  • Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos
  • Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos
  • Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo
  • Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
  • Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor

Brincadeiras

  • Não imita as ações dos outros
  • Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
  • Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação

Comportamentos

  • Acessos de raiva intensos
  • Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
  • Baixa capacidade de atenção
  • Poucos interesses
  • É hiperativo ou muito passivo
  • Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
  • Necessidade intensa de repetição
  • Faz movimentos corporais repetitivos

 

DIAGNÓSTICO

O médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso. Geralmente, ele é feito antes dos três anos de idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo.

Para realizar o diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos sintomas clássicos do transtorno.

 

TRATAMENTO

Não existe cura para autismo, mas um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas aumentará os interesses da criança com uma programação altamente estruturada de atividades construtivas. Os recursos visuais geralmente são úteis.

O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.

Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo:

  • Terapias de comunicação e comportamento
  • Medicamentos
  • Terapia ocupacional
  • Fisioterapia
  • Terapia do discurso/linguagem

Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao autismo. Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades.

Outros procuram ensinar crianças a como agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente.

 

PREVENÇÃO

Não há uma fórmula correta para prevenir o autismo, mas estudos recentes mostram que o papel da herança genética para o desenvolvimento do transtorno não é tão grande como se supunha. Os genes desempenham 50% das chances de uma criança vir a ter autismo. Ou seja, em pelo menos metade dos casos não há muito o que fazer contra a genética humana. Mas os outros 50% correspondem a fatores externos, muito relacionados ao ambiente em que a criança cresce e a hábitos comportamentais. Isso abre um campo enorme de pesquisa, especialmente no que diz respeito à prevenção do autismo.

 

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2018-01-30T01:56:13+00:00Fevereiro 28, 2018|Doenças, Outras Doenças|