Comemora-se hoje, dia 10 de Outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental.
Segundo a OMS, os problemas de saúde mental, constituem actualmente a principal causa de incapacidade e uma das mais importantes causas de morbilidade nas sociedades. Este e outros factores fazem com que a saúde mental deva ser uma prioridade da política de saúde dos governos.
Assinalando a data – instituída pelas Nações Unidas para chamar a atenção pública para este tipo de doenças – o Ministério da Saúde promove o Workshop e a Conferencia de Reflexão sobre “Dignidade em Saúde Mental”, que acontecem nos dias 9 e 29 deste mês, em Luanda.
Está ainda a decorrer desde terça-feira, em Benguela, a jornada sobre Saúde Mental, alusiva ao dia 10 de Outubro – Dia Mundial da Saúde Mental. A iniciativa, do departamento provincial de Saúde Pública e Controle de Endemias, inclui atividades diversas de cariz social e cultural bem como a realização de palestras e encontros sobre a temática e ainda um “carnaval terapêutico”. Nelson Geraldo, chefe do departamento, apelou ainda à sensibilidade e ao apoio da sociedade para com todos os que sofrem de enfermidades do foro mental.
Para fazer face ao problemas de saúde mental no país o governo angolano, empenhado em trabalhar com todos os sectores, incluindo a sociedade civil, implementou um sistema de Rede Integrada nas províncias de Luanda, Malanje, Huambo, Huíla, Benguela e Cabinda. A aposta do Executivo na expansão dos serviços de saúde mental (psicólogos clínicos e psiquiatras) tem por objetivo o controlo, tratamento, acompanhamento médico e consciencialização da população sobre os perigos destas doenças bem como as suas consequências pessoais e sociais.
A Organização Mundial da Saúde, já veio a alertar para o facto de 10% da população mundial – aproximadamente 700 milhões de pessoas – padecer de algum tipo de distúrbio de saúde mental.
Dependendo do local onde as pessoas vivem estas desigualdades tornam-se ainda mais acentuadas. Segundo a OMS, quase metade da população global vive em países onde há menos de um psiquiatra para cada 100 mil pessoas.
Calcula-se que na Região Africana uma em cada seis pessoas seja afetada. Depressão, esquizofrenia, transtornos de ansiedade, epilepsia são apenas algumas das manifestações mais comuns. Infelizmente, no decurso do tratamento, alguns pacientes são submetidos a actos menos dignos, há relatos de pessoas acorrentadas, privadas de alimentos, de apoio familiar e até de cuidados básicos de higiene pessoal.
Em Angola o consumo de álcool, tabaco e drogas, associados a estas patologias têm consequências devastadoras, desde as dificuldades de aprendizagem e sociabilização, até à própria violência, que tantas vezes culmina em homicídios e suicídios.
Nesta data Angola reitera o seu compromisso em implementar uma série de medidas para melhorar a forma como estas doenças são tratadas, eliminando estigmas e preconceitos, por forma a restaurar a dignidade e o acesso a serviços de saúde mental a todos os níveis do sistema nacional de saúde, incluindo a consciência da necessidade de revisão da própria legislação sobre saúde mental, tendo em vista proteger os direitos e a dignidade dos pacientes.