Lúpus: Causas, Sintomas e Tratamento

O lúpus eritematoso sistémico (LES), conhecido popularmente apenas como lúpus, é uma doença auto-imune que pode afetar principalmente pele, articulações, rins, cérebro mas também todos os demais órgãos. Doenças auto-imunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Dentre mais de 80 doenças auto-imunes conhecidas, o lúpus é uma das mais importantes.

Tipos
Existem três tipos de lúpus. Vamos conhecê-los:

Lúpus discóide: A inflamação é sempre limitada à pele. Este tipo pode ser identificado a partir do surgimento de lesões cutâneas avermelhadas que costumam aparecer no rosto, na nuca ou também no couro cabeludo.

Lúpus sistémico: A inflamação ocorre no organismo, comprometendo vários órgãos ou sistemas do corpo não sendo restrito a pele. Algumas pessoas com lúpus discóide podem evoluir para a forma sistémica. Os sintomas causados por este tipo da doença dependem do local da inflamação como rins, coração, pulmões e até ao sangue, além das lesões cutâneas e às articulações.

Lúpus induzido por drogas: Algumas drogas ou medicamentos podem provocar uma inflamação temporária enquanto do seu uso e provocar sintomas que são muito parecidos com os do lúpus sistémico. As manifestações desaparecem com o parar do uso.

 

 

CAUSAS

O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Não se sabe exatamente o causa esse comportamento anormal, mas pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como genética e meio ambiente.

Esses mesmos estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada. O que a ciência ainda não sabe é quais são todos esses componentes. Os pesquisadores, no entanto, têm alguns palpites:

  • Luz solar: a exposição à luz do sol pode iniciar ou agravar uma inflamação pré-existente a desenvolver lúpus
  • Medicamentos: lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Pessoas com sintomas parecidos com os do lúpus geralmente param de apresentar quando interrompem o uso.

 

FACTORES DE RISCO

Veja o que pode facilitar a incidência de lúpus:

  • Sexo biológico: a doença é mais comum em mulheres do que em homens
  • Idade: a maior parte dos diagnósticos acontece entre os 15 e os 40 anos, apesar de poder surgir em todas as idades
  • Etnia: lúpus é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas.

 

SINTOMAS

Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem. Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são:

  • Fadiga
  • Febre
  • Dor nas articulações
  • Rigidez muscular e inchaço
  • Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol
  • Dificuldade para respirar
  • Dor no peito ao inspirar profundamente
  • Sensibilidade à luz do sol
  • Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória
  • Linfonodos aumentados
  • Queda de cabelo
  • Feridas na boca
  • Desconforto geral, ansiedade, mal-estar.

Outros sintomas de lúpus dependem de qual é a parte do corpo afetada:

  • Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade
  • Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vómito
  • Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia)
  • Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar
  • Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenómeno de Raynaud).

“Alguns pacientes têm apenas sintomas de pele. Esse tipo é chamado de lúpus discóide”

 

DIAGNOSTICO

É difícil realizar o diagnóstico para lúpus, pois os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mudam com o passar de tempo, sobrepõem-se uns aos outros e confundem-se com os sintomas de outras doenças. O médico realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio. Um som anormal chamado atrito pericárdio ou atrito pleural poderá ser escutado. Um exame do sistema nervoso também pode ser realizado. Os exames usados para diagnosticar o lúpus incluem:

  • Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares
  • Hemograma completo
  • Radiografia do tórax
  • Biopsia renal
  • Exame de urina.

 

TRATAMENTO

Existe tratamento mas não há cura definitiva para o lúpus, assim como outas doenças como diabetes e pressão alta. O principal objetivo do tratamento é controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com a doença. A doença branda pode ser tratada com:

  • Anti-inflamatórios não esteróides para artrite e pleurisia
  • Protetor solar para as lesões de pele
  • Corticoide tópico para pequenas lesões cutâneas
  • Uma droga antimalárica (hidroxicloroquina) e corticoides de baixa dosagem para os sintomas de pele e artrite.

Sintomas graves ou que acarretem risco de morte (como a anemia hemolítica, amplo envolvimento cardíaco ou pulmonar, doença renal ou envolvimento do sistema nervoso central) frequentemente necessitam de um tratamento mais agressivo com especialistas. O tratamento para lúpus mais grave inclui:

  • Alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo (imunossupressores)
  • Drogas citotóxicas (drogas que bloqueiam o crescimento celular) quando não houver melhora com corticoides ou quando os sintomas piorarem depois de interromper o uso. Esses medicamentos têm efeitos colaterais graves, por isso o médico deverá monitorizar o uso com muita frequência.

 

 

PREVENÇÃO

Não há formas conhecidas para se prevenir lúpus.

2017-07-16T21:08:31+00:00Julho 16, 2017|Doenças, Info, Outras Doenças|