A malária é uma doença que fustiga muitos países africanos, entre eles Angola. Em 2013, a OMS contabilizou 200 milhões de casos de malária em todo o mundo, dos quais 584,000 vieram a revelar-se mortais.
Ainda recentemente, Constantino Sacanombo o supervisor do programa de luta contra à doença no Huambo, informou que em 2015, de Janeiro a Maio, morreram devido à malária 17 pessoas nesta província, contra apenas 2 em igual período de 2014. Bailundo, Huambo, Londuimbali, Chicala Cholohanga e Mungo são os municípios que registam o maior índice em termos de mortalidade.
Estes dados contrariam os esforços que têm vindo a ser efectuados, através de campanhas de rastreio e de sensibilização das populações, na prevenção desta doença.
Mas nem tudo são más notícias. Uma equipa internacional de cientistas identificou um novo composto contra a malária. Segundo o Dr. David Reddy, representante desta equipa, o DDD107498 é um composto emocionante, uma vez que mantém a promessa de não só tratar, mas também proteger, as populações mais vulneráveis“.
O artigo que foi ontem publicado na prestigiada revista Nature, relata que este composto “é muito potente e a sua principal característica é ser capaz de atuar nas distintas fases da vida do parasita, incluindo na transmissão da doença”. O novo composto actua durante a fase hepática e na fase de reprodução do parasita.
Quando o mosquito portador do parasita pica uma pessoa, partes do parasita dirigem-se para o fígado, órgão onde se inicia a infecção. A partir do fígado, o parasita multiplica-se e é capaz de proliferar de modo a produzir 10 mil novos parasitas, em cada pessoa. Para além de actuar como bloqueador da infecção, o novo composto, evita também a transmissão do parasita a outro mosquito.
O próximo passo da investigação, já a decorrer, é desenvolver um novo medicamento, e segundo os autores do estudo este poderá custar menos de um euro por cada tratamento.