No âmbito de um estudo sobre o veneno das serpentes em Angola que está a ser desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade Lueji A’Nkonde, em parceria com a Universidade do Porto de Portugal, e com o Instituto brasileiro Butantan, procura-se avaliar o impacto das mordeduras, bem como a produção nacional de soro contra o veneno de serpentes.
África e em concreto Angola recorre quase em exclusivo à importação do precioso soro e esse é um estímulo adicional para este desígnio, tanto mais que existe um grande desconhecimento acerca dos números associados a este tipo de mortalidade.
Entre as espécies mais mortais contam-se as serpentes designadas por “Bitis Gabonica”. A maior parte das ocorrências continua a acontecer nas regiões agrícolas de Angola onde a sinalização é muitas vezes omissa. As consequências destas mordeduras não socorridas podem ir da amputação de membros, até à morte nos casos mais graves.
Durante a realização deste estudo capturam-se oito serpentes – sete do tipo bitis arietans e uma bitis gabónica – as quais irão ajudar no desenvolvimento do referido soro. Em Angola podemos encontrar diversas espécies muito perigosas como a Surucucu (Vibora angolana), as Mambas (preta e verde), a Cobra Cuspideira, a Naja, etc.
Na região africana onde Angola se localiza a estimativa de envenenamentos varia entre as 18.176 a 47.820 anual, dos quais resultam em mortes 256 a 3.083 pessoas.