A febre por Vírus Zika é uma doença viral aguda, transmitida principalmente pela picada de mosquitos Aedes aegypti, tal como o dengue ou a febre amarela (especialmente em áreas urbanas) – que neste momento se encontra numa fase perigosamente activa em Angola.
O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos no Uganda, na floresta Zika em 1947, daí a denominação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) os primeiros casos detectados em humanos foram registados em 1968. Após ter sido detectada em África, Ásia e no Pacífico, a doença atingiu o continente americano em 2015, tendo já provocado uma epidemia sem precedentes – sobretudo no Brasil – o país mais afectado.
Estima-se que o vírus possa atingir o sul da Europa entre Maio e Novembro. Em África a preocupação existe até porque em Cabo Verde já ocorreram os primeiros focos (7.164 casos). Recorde-se que a presença deste tipo de mosquito em vários países do continente africano, nomeadamente em Angola, levou a colocar os respectivos centros de saúde em “modo alerta”.
Os sintomas do vírus incluem febre, dores nas articulações e músculos, conjuntivite, manchas vermelhas na pele, cansaço, dores de barriga e diarreia. Surgem cerca de 10 dias após a picada e desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.
O vírus pode passar de mãe para filho durante a gravidez provocando uma doença grave – a microcefalia – e também através da relação sexual com pessoas doentes e ainda da partilha de outros fluidos.
A Organização Mundial de Saúde considera urgente perceber se se comprova a relação entre o vírus e os casos de microcefalia.
Com o vírus Zika a ser declarado emergência de saúde global urgente é também o desenvolvimento de uma vacina, sendo que o período estimado para o seu desenvolvimento será de três a cinco anos.
Não existe tratamento específico para a doença. As atuais medidas de prevenção e controle são semelhantes às do dengue. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e alívio da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos poderão ser considerados.