A desidratação ocorre quando o corpo usa ou perde mais líquido do que o ingerido. Quando isso acontece, o corpo começa a ter dificuldades para realizar as suas funções normais. Se os líquidos não forem repostos, ocorre a desidratação.
CAUSAS
Muitas condições podem causar perdas de fluido rápido e contínuo, levando à desidratação, tais como:
- Febre
- Sudorese, normalmente relacionado ao calor intenso ou esforço físico
- Vómito, diarreia e aumento da frequência urinária devido à infecção
- Urinar em excesso, geralmente relacionado com o diabetes
- Incapacidade de ingerir comida e água apropriadamente (como no caso de uma pessoa com deficiência)
- Capacidade diminuída para ingerir líquidos (por exemplo, alguém em coma ou em um respirador)
- Falta de acesso à água potável
- Lesões significativas na pele, como queimaduras ou feridas na boca, e doenças de pele graves ou infecções (a água é perdida através da pele danificada).
FACTORES DE RISCO
Qualquer um pode ficar desidratado se perder muitos líquidos. Mas algumas pessoas estão em maior risco, incluindo:
Bebés e crianças
Bebés e crianças são especialmente vulneráveis por causa do baixo peso corporal e alta rotatividade de água e eletrólitos. Eles também são o grupo mais propenso a sofrer de diarreia.
Idosos e pessoas na meia idade
Conforme a pessoa envelhece, torna-se mais suscetível à desidratação por várias razões:
- Capacidade do organismo para conservar a água é reduzida
- O senso de sede torna-se menos aguçado, e há uma menor capacidade de responder às mudanças de temperatura.
Além do mais, pessoas idosas que vivem em casas de repouso ou sozinhas tendem a comer menos do que as pessoas mais jovens e às vezes podem até mesmo esquecer de comer ou beber tudo que necessitam no dia. Deficiência ou negligência também pode impedi-los de estar bem nutridos. Estes problemas são agravados por doenças crónicas, como diabetes, demência e pelo uso de certos medicamentos.
Atletas
Qualquer pessoa que se exercita pode ficar desidratada, especialmente em climas quentes e húmidos ou em altas altitudes. Mas os atletas que treinam estão em risco particularmente elevado. Isso porque quanto mais o nosso corpo se exercita, mais difícil é mantê-lo hidratado. Durante o exercício, o corpo pode perder mais água do que pode absorver. A desidratação também é cumulativa ao longo de um período de dias, o que significa que é possível ficar desidratado mesmo com uma rotina de exercícios moderados se não beber o suficiente para substituir o que perdeu.
Viver em grandes altitudes
Viver, trabalhar e fazer exercício em altitudes elevadas (geralmente definidos como acima 8.200 pés, ou cerca de 2.500 metros) pode causar uma série de problemas de saúde. Um deles é a desidratação, que geralmente ocorre quando o corpo tenta-se ajustar a altas altitudes através do aumento da micção e uma respiração mais rápida – quanto mais rápido respiramos para manter os níveis adequados de oxigénio no sangue, mais vapor é expirado.
Trabalhar ou se exercitar em um clima quente e húmido
Quando está quente e húmido, o risco de desidratação e de doenças provocadas pelo calor aumenta. Isso porque, quando o ar está húmido, o suor não consegue evaporar e refrescá-lo tão rapidamente como normalmente o faz, e isso pode levar a um aumento da temperatura corporal e a necessidade de mais fluidos.
SINTOMAS
Desidratação leve a moderada pode causar:
- Boca seca e pegajosa
- Sonolência ou cansaço – crianças tendem a ser menos ativas do que o habitual
- Sede
- Diminuição da produção de urina (para bebés, não molhar a fralda por três horas ou mais)
- Pouca ou nenhuma lágrima ao chorar
- Pele seca
- Dor de cabeça
- Prisão de ventre
- Tonturas ou vertigens.
A desidratação severa, uma emergência médica, pode causar:
- Sede extrema
- Preguiça extrema ou sonolência em bebés e crianças
- Irritabilidade e confusão em adultos
- Boca, pele e membranas mucosas muito secas
- Pouca ou nenhuma micção – toda a urina que é produzida será mais escura do que o normal
- Pele seca e murcha, sem elasticidade
- Pressão arterial baixa
- Batimento cardíaco rápido
- Respiração rápida
- Sem lágrimas ao chorar
- Febre
- Nos casos mais graves, delírio ou inconsciência.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através de exames, o médico irá tentar identificar o que levou à desidratação com:
- Análise clínica
- Exame de urina
- Exames de sangue
TRATAMENTO
O tratamento no departamento de emergência concentra-se primeiro em restaurar o volume de sangue e fluidos corporais, determinando em seguida a causa da desidratação. Os médicos provavelmente irão:
- Arrefecer o corpo do paciente, se a causa for exposição excessiva ao calor
- Fazer a reposição de líquidos via oral se não houver náusea e vómitos ou desidratação excessiva. Caso contrário, fazer a reposição intravenosa
- Fazer exames de sangue e urina para determinas as causas da desidratação.
Se o paciente melhora, pode ser enviado para casa, de preferência sob os cuidados de amigos ou familiares que podem ajudar a monitorar sua condição. Se permanecer desidratado, confuso, febril, com sinais vitais anormais persistentes ou sinais de infecção, pode precisar ficar no hospital para tratamento adicional.
PREVENÇÃO
Algumas medidas podem prevenir a ocorrência de desidratação. Previna-se:
- Ingira quantidades extras de água em eventos ao ar livre que possa haver o risco de aumento da sudorese. Atletas e trabalhadores ao ar livre devem repor os líquidos em uma taxa que é igual a perda
- Evite exercício e exposição durante os dias de calor intenso
- Certifique-se de que as pessoas mais velhas e lactentes e crianças têm água potável adequada
- Certifique-se de que qualquer pessoa incapacitada ou prejudicada está a ingerir a quantidade adequada de líquidos
- Evite o consumo de álcool, especialmente quando o clima está quente, uma vez que o álcool aumenta a perda de líquido pela urina
- Use roupas de cores claras e soltas se estiver ao ar livre no calor
- Não permaneça o tempo inteiro no sol. Procure uma sombra e refresque-se
- Controle os diabetes.